Fatos & Reflexões - 08.06.2015

Sentir-se um palhaço
Entrei num estabelecimento comercial esta semana e efetuei uma compra. Não foi emitido cupom fiscal. Sou cadastrado no programa Nota Fiscal Gaúcha, no qual posso concorrer a prêmios e descontos no IPVA. Esta ação contribui para a arrecadação efetiva do imposto devido. Bem, não é a primeira e certamente não será a última vez deste fato. Após efetuar o pagamento fui embora com um sentimento de indignação. Não questionei. O certo seria na hora exigir a nota fiscal. Não o fiz. Irei denunciar o estabelecimento comercial, afinal o imposto embutido na mercadoria que comprei faltará para ser investido em saúde, educação, segurança.

Faça sua parte
O fato ocorrido comigo sobre a nota fiscal é um exemplo de um ato de desonestidade.  Sonegação é crime! A trapaça, o “jeitinho brasileiro” de levar vantagem em tudo deve ser banido de nosso meio. Acostumar-se com o errado sob o olhar de que se o outro faz eu também posso fazer leva a uma sociedade sem parâmetros de justiça. A pergunta que você já ouviu, caro leitor, quase um clichê retórico, mas necessário para elucidar o assunto: Você já furou uma fila? Você passou no sinal vermelho? Você já fez um gato de energia elétrica ou água? Claro que é necessário o cuidado de não generalizar, mas sim pontuar o quanto cada um tem responsabilidade e pode ser o diferencial. Uma sociedade com valores éticos fortes não dá brechas a “jeitinhos”. Temos leis injustas? Temos. Temos leis descumpridas? Temos.

Tomar um drinque
Na semana passada li um artigo do David Coimbra que achei excelente. Tem muito a ver com o que estou escrevendo. Dizia ele que se a lei é péssima vamos mudá-la. Temos que nos revoltar contra quem descumpre a Lei. Falta ao brasileiro este respeito às normas. Aqui banalizamos nossas leis, nossas regras, mas em contrapartida elogiamos os países mais avançados que valorizam suas instituições e normas. O David exemplificou o que estava dizendo trazendo a lembrança de um filme genial: Os intocáveis. Um filme de Hollywood que trata sobre as gangues em Chicago que vendiam ilegalmente bebidas alcoolicas durante a vigência da lei seca nos Estados Unidos, Al Capone é capturado. E no final a cena genial onde Costner-Ness caminha pela rua aliviado com sentimento de dever cumprido e um repórter lhe pergunta: – O que o senhor vai fazer depois que cair a Lei Seca? Costner-Ness responde, com um meio sorriso: – Tomar um drinque. A resposta de Costner-Ness é genial e representa o que precisamos fazer. A lei é justa? Não? Vamos mudá-la então.
Vamos às ruas e exigir mudanças. Mas o respeito a lei deve ser primordial. A punição para quem descumpri-la dever ser exemplar. Assim estaremos construindo um país de verdade. Um país em que se respeita as leis e as instituições.